A indústria da moda e do entretenimento exerce uma influência poderosa sobre a sociedade, moldando padrões de beleza que frequentemente são inatingíveis para a maioria das pessoas. Marcas internacionais, através de seus desfiles e campanhas publicitárias, promovem um estereótipo estético idealizado que tem impactos profundos na saúde física e mental da população. Segundo especialistas, esses padrões podem levar a transtornos alimentares e ao abuso de medicações por aqueles que tentam se adequar a esses modelos irreais de beleza.

Um dos exemplos mais conhecidos dessa influência é o Victoria’s Secret Fashion Show, tradicional desfile de moda da marca de lingerie americana. Anualmente, o evento reúne modelos famosas, cantores e críticos de moda para apresentar as novas coleções da marca. Contudo, o desfile ficou suspenso por cinco anos devido a críticas da audiência quanto à falta de diversidade corporal e às acusações de sexismo. Esse retorno, realizado em Nova York, incluiu mudanças importantes, como a presença de modelos trans, plus size, mid size e veteranas.

O retorno do Victoria’s Secret Fashion Show trouxe à tona um intenso debate nas redes sociais sobre os padrões de beleza promovidos pela indústria da moda. Muitos internautas discutiram como a imposição de um corpo ideal pode afetar negativamente a autoimagem das pessoas, levando ao desenvolvimento de transtornos alimentares, ansiedade e depressão. A pressão para seguir esses padrões acaba gerando um ciclo de insatisfação pessoal, onde cada vez mais pessoas buscam alcançar ideais que, na prática, não são realistas.

A exposição contínua a imagens de corpos idealizados também contribui para o aumento do uso de medicações, como anfetaminas e outros supressores de apetite, além do abuso de cirurgias plásticas. Para o especialista, essa cultura de “corpo perfeito” promovida pela mídia e pelos eventos de moda gera uma busca obsessiva por um físico “impecável” que compromete a saúde, tanto mental quanto física, das pessoas. Esse padrão estético limita a diversidade corporal e coloca em risco a saúde de milhares de jovens ao redor do mundo.

Apesar das mudanças recentes e da inclusão de corpos mais diversos, o impacto psicológico desses padrões de beleza continua presente. Embora o desfile tenha buscado refletir uma maior diversidade, o estigma em torno dos corpos reais ainda prevalece na mídia, mantendo o foco em atributos específicos que promovem uma imagem de “perfeição”. Essa pressão estética pode levar à baixa autoestima e à autocrítica exacerbada, impactando especialmente adolescentes e jovens adultos.

Para reduzir os danos causados por esses padrões, é essencial que a indústria da moda e do entretenimento promova uma representação autêntica e diversificada dos corpos. Além disso, os consumidores devem ser incentivados a questionar esses ideais e a valorizar a própria saúde e bem-estar. Somente com uma mudança cultural abrangente será possível minimizar os impactos negativos que esses estereótipos de beleza causam na saúde mental e física da população.

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